sábado, 22 de março de 2014

Aquilo




Não era primavera. 
Não era setembro surgindo resplandecedor no horizonte...
Era apenas um agosto comum, um lugar comum de uma vida mais comum ainda... 
Era possível ver o horizonte, o cheiro de mar, as nuvens carregadas no céu.
Era possível tocar o inverno, sentir sua tristeza ao ver os dias indo-se mais cedo. 
Era um carro, um ônibus, um chão... 
Era a vida que seguia de certa forma em formato de um encontro, tão aguardado e querido pelas nossas almas... 
E elas se olharam - entrelaçaram- se aqueceram, aconteceu tantas coisas que nem sei por onde começar senão pelo começo. Onde tudo inicia, onde tudo gera-se na força que movimenta o mundo, que impulsiona as estrelas, a vida....
E um encontro do nosso reencontro já marcado, por que em alguma parte do universo algo já conspirava. Logo nós, dois mortais, talvez condenados a nunca nos encontrarmos numa esquina qualquer, numa data qualquer estávamos assim frente a frente e cheio de medo, duvidas e certezas. Medo de não ser aquilo. Duvida se era aquilo e certeza que era aquilo. Mas o que seria aquilo, se não o fosse? Aquela vontade de romper com qualquer barreira de separatismo. Aquilo que dá no coração humano e faz-nos deuses de nossa existência. Aquilo que impulsiona, recria e traz o novo. Aquilo que é mágico e pode acontecer entre dois seres humanos abnegados de sua existência. Aquilo.
Agosto seguiu. Com suas cores cinzas sendo impulsionado pelo nove, o Setembro e sua renovação de vida, suas cores e seus amores... Mas Aquilo. Aquilo acompanhou-me (e acompanha-me) até hoje...







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